domingo, 22 de abril de 2012

NA MORTE A / HÁ VIDA


Minha filha para mim significa vida e ultimamente gostaria de falar somente sobre ela, eu tenho vivido ela, tenho sentido ela, tenho respirado ela, minha Sofia é vida em minha vida. Mas hoje falarei de algo totalmente oposto, não sobre vida, mas, sobre morte, porém falarei da morte sob a perspectiva divina de acordo com uma experiência que vivi e me levou a compreender o que o Senhor estava querendo dizer em sua Palavra.
Um dia desses, por volta das sete horas da noite, já estando escuro, eu voltava de moto para minha casa, estava em uma cidade vizinha e tive que pegar a BR 393, para chegar a meu destino. Após percorrer uns quinhentos metros percebi que os carros que vinham em minha direção, vinham piscando os seus faróis, e quem está acostumado com a estrada já sabe o significado dessa forma de piscar os faróis: acidente. Desde o alerta já fui diminuindo a velocidade, quando peguei uma reta, já de longe comecei a ver uma movimentação diferente, alguns caminhões parados no acostamento, e como tinha acabado de ocorrer o acidente, os motoristas que estavam passando foram parando já sinalizando a pista com galhos, triângulos e tudo o que podiam utilizar como sinalizadores, como o local estava bem escuro reduzi a quase trinta quilômetros por hora e por mais que você tente evitar, acaba não conseguindo desviar o olhar, mas o que vi foi uma cena impactante. Havia uma moto destruída no chão, mesmo no escuro deu para identificar que havia um corpo jogado, inerte, não sei se estava vivo ou morto, mas acidentes de moto, ainda mais em uma rodovia é quase sempre fatal, dentro dessa cena vi uma mulher que vinha correndo e gritando, não consegui identificar o que ela dizia, mas eram gritos de extremo desespero e angústia. Prossegui o meu caminho, e enquanto sinalizava para os que estavam vindo na direção do ocorrido, muitos pensamentos passaram em minha mente, por um tempo fora de mim tudo era silêncio, vi o carro dos bombeiros passarem por mim com as luzes ligadas, também passei por uma ambulância, sem ouvir a sirene, porque dentro de mim o som era mais alto, rapidamente passaram imagens da minha vida, pensei na fragilidade do ser humano, mas principalmente no que eu tinha feito durante minha história e o que realmente valia a pena, como eu tinha sido com relação ao meu próximo e acima de tudo com o Deus criador que ama. Será que realmente eu tinha feito minha vida valer a pena, será que o Senhor via a minha vida valendo a pena, quantas pessoas magoei, quantas deixei de ajudar, quantas desprezei, quantas vezes ignorei os conselhos de Deus. Sabe, pode parecer estranho, mas todas as pessoas pelo menos uma vez em sua vida deveriam passar por tal experiência. Fiquei totalmente introspectivo naquela noite, continuei o meu caminho totalmente impactado com aquele fato trágico.
Chegando em minha cidade e assim cortando uma de suas avenidas, tendo toda aquela imagem extremamente nítida em minha mente misturada aos meus pensamentos, uma coisa me chamou a atenção, nessa avenida, que é o ponto de encontro dos finais de semana e que localiza-se beirando um rio, tal avenida tem: pista para ciclistas, uma academia a céu aberto, local para se andar de skate, bancos para se assentar e conversar, parque para crianças, quiosques com bebidas e comidas, me chamou a atenção o grande movimento, pois era sexta-feira, todos estavam pelo menos aparentemente muito felizes, as pessoas corriam para manter a forma, passeavam com seus cães, jogavam bola, pedalavam, bebiam e comiam sorridentes. Aquele quadro se chocou com o triste momento que eu tinha acabado de vivenciar. Em uma cena, escuridão e dor, na outra, luzes e alegria, mas a cena que produziu em mim algo realmente proveitoso, incrivelmente foi a cena de morte, a cena do acidente. Então me lembrei de uma passagem bíblica que até este momento, havia certa lógica, porém, eu não a tinha experimentado, sendo a partir desse evento compreendida por mim em sua totalidade: “Melhor é ir a casa onde há luto, do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração.” (Eclesiastes 7:2)

Na cena da dor, eu pude perceber o quanto preciso melhorar como ser humano, e que preciso muito de Deus, porque a vida é totalmente frágil e presenciar aquela tragédia, me fez aplicar em meu coração o fim de todos os homens, já na cena da “alegria” vi como somos por muitas vezes, fútil e egoísta, que planejamos nossas vidas superficialmente, como vivemos uma vida vazia e muitas vezes sem sentido, não nos importando com o que seremos ou para onde iremos após a morte, vivendo somente o momento de uma suposta paz, não eterna, que passa rapidamente.
 A morte, a perda, na maioria das vezes, vem quando ninguém espera.
Pense bem: Você está preparado?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique a vontade para comentar